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MISSIONÁRIO EVANGÉLICO DO MINISTÉRIO RBC,PROFESSOR E PSICOPEDAGOGO,54 ANOS.CASADO.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Intervenção psicopedagógica na pessoa com Alzheimer: para um retardamento no avanço da doe

quarta-feira, 20 de agosto de 2008 por primuscare.pt


Até ao presente momento, ainda não temos condições de curar a pessoa com doença de Alzheimer. Porém, temos estratégias de acção adequadas que a serem adoptadas melhoram o dia-a-dia da pessoa com este tipo de demência, e contribuem para que o avanço da sua doença seja retardado.

Especialmente na primeira fase da doença, que corresponde aos primeiros sinais de falhas na memória, dificuldades em executar tarefas domésticas e alguma desorientação no tempo e no espaço, se intervenções específicas forem atempadamente accionadas podemos em muito prestar ajuda visível, prática e útil.

Neste contexto, a terapêutica psicopedagógica ou a implementação de estratégias de acção psicoeducativas podem ser cruciais para trabalhar na manutenção das competências que ainda estão em funcionamento.

Este tipo de intervenção vai procurar colmatar as dificuldades que surgem perante uma nova realidade que se avizinha.

De entre várias estratégias, o Treino Cognitivo assume real importância perante o cenário da DA, traduzindo-se em acções que visam estimular a Autonomia da Pessoa.

Este treino passa por uma série de estratégias que abrange os vários campos de acção na vida diária da pessoa. Abarca a atenção, a concentração, a orientação no tempo e no espaço, o raciocínio, a comunicação verbal e não verbal, entre outras competências que consequentemente se vão repercutir nas AVD’s. Os resultados são visíveis na manutenção da autonomia da pessoa em casos concretos como a hora das refeições, a tomada da medicação, a higiene pessoal, a hora de vestir, até à forma de estabelecer comunicação com os que se encontram ao seu redor e gestão das mudanças de humor.

O objectivo supremo deste treino é capacitar a pessoa para usufruir ao máximo das habilidades de que ainda é detentor(a).

Importa aqui salientar, para que se tenha sempre presente, que perante um cenário de DA quando decidi-mos fazer pelo doente não estamos “a poupá-lo” nem tão pouco a ajudá-lo, pelo contrário estamos a acelerar o seu processo de dependência e muitas implicações resultarão de modo negativo quer para o próprio quer para todos os envolventes. Dessa forma, a qualidade de vida é simplesmente perdida e rapidamente por todos.

Assim, a missão das técnicas psicopedagógicas assume um papel duplo procurando por um lado reforçar os comportamentos adaptados e por outro diminuir ou suprimir (quando possível) os comportamentos desadaptados.

Para além do Treino Cognitivo como suporte e bengala no apoio às experiências da vida quotidiana, também as Técnicas de Relaxamento têm sido largamente recomendadas para pessoas em início de fase da DA.

Vários estudos revelam que da aplicação das técnicas de relaxamento com base nos métodos de Schultz e Jacobsen surtem efeitos a dois níveis: redução nos níveis de ansiedade e reforço na imagem corporal, tão importante para doentes Alzheimer.

Ainda no que diz respeito a alterações na área do comportamento e do humor devemos estar atentos e procurar identificar os agentes causadores de tais situações que geram elevados níveis de ansiedade. Dessa identificação pode resultar uma transformação no ambiente que futuramente controla a situação. Sinalizar os estímulos que provocam um comportamento desadaptado é por isso de extrema importância.

Do cruzamento das três intervenções indicadas – Treino Cognitivo, Técnicas de Relaxamento e Avaliação perante os agentes que accionam as alterações do Humor e do Comportamento – resulta uma estratégia psicopedagógica que visa a manutenção da autonomia e o retardar tanto quanto possível de todas as implicações que o avanço deste tipo de demência arrasta consigo.

Perante um sistema de vida implantado com regras e padrões que deixam de fazer sentido e que não se adequam a uma nova realidade alterada pelo surgimento da doença de Alzheimer, é de todo importante avançar com ajuda técnica especializada logo no primeiro estádio da doença – a morte de células cerebrais é de facto devastadora e altera Toda uma Vida.

A consciência de que a Adaptação tem que ser uma realidade constante nos cuidados prestados é assim Obrigatória.


Dra. Raquel Baldino
Psicopedagoga
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